Descubra por que o Banco Central aumenta os juros, como isso afeta a inflação e o seu bolso, e o que esperar do futuro da economia brasileira.
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Introdução
A inflação e a política monetária no Brasil contam uma das histórias mais dramáticas e transformadoras da economia mundial. Primeiramente, nosso país viveu décadas de hiperinflação devastadora que corroía salários, destruía poupanças e impedia qualquer planejamento de longo prazo. Posteriormente, através de uma política monetária rigorosa e bem estruturada, conseguimos não apenas controlar a inflação, mas criar um dos regimes mais respeitados internacionalmente.
Compreender essa jornada é fundamental para qualquer pessoa que deseja entender a economia brasileira atual. Além disso, conhecer os mecanismos da política monetária ajuda a tomar decisões financeiras mais inteligentes e a interpretar corretamente as decisões do Banco Central. Afinal, como sempre defendemos na filosofia “Enricando com Propósito”, o conhecimento é o verdadeiro ativo – e quando compreendemos como funciona o sistema, podemos navegar melhor por qualquer cenário econômico.
Banco Central, Juros e Inflação: A Era da Hiperinflação
Os Anos de Terror Inflacionário (1980-1994)
A década de 1980 ficou conhecida como a “década perdida” da economia brasileira, principalmente devido à hiperinflação descontrolada. Primeiramente, em 1980, a inflação anual atingiu 100% pela primeira vez na história republicana do país. Entretanto, isso era apenas o começo de um pesadelo que se estenderia por mais de uma década.
Durante os anos 1980, a inflação anual média foi de 330%, mas os picos foram ainda mais assustadores. Além disso, entre 1990 e 1994, essa média saltou para 764% ao ano, com o ápice em 1993, quando a inflação atingiu 2.477% – ou seja, os preços aumentaram quase 25 vezes em um único ano.
Para dimensionar essa tragédia econômica, em março de 1990, a inflação mensal chegou a 82,39% – o maior registro da história do IPCA. Consequentemente, isso significava que um produto que custava R$ 100 no início do mês custaria R$ 182 no final do mesmo mês. Dessa forma, o dinheiro literalmente derretia nas mãos das pessoas.
O Cotidiano da Hiperinflação
Viver sob hiperinflação era uma experiência surreal e desesperadora. Primeiramente, os preços eram remarcados diariamente, às vezes mais de uma vez por dia. Além disso, era comum ver funcionários de supermercados percorrendo os corredores com etiquetadoras, atualizando preços constantemente.
As pessoas desenvolveram estratégias de sobrevivência peculiares. Por exemplo, era comum fazer compras logo após receber o salário, pois cada dia de atraso significava menor poder de compra. Similarmente, quem tinha acesso a dólares ou outros ativos reais corria para converter cruzeiros imediatamente.
O sistema financeiro também se adaptou de forma perversa. Consequentemente, bancos lucravam enormemente com a “ciranda financeira”, aplicando recursos overnight e ganhando com a desvalorização da moeda. Dessa forma, o setor produtivo era prejudicado, pois era mais lucrativo especular com dinheiro do que produzir bens e serviços.
Impactos Sociais Devastadores
A hiperinflação não era apenas um problema econômico – era uma tragédia social. Primeiramente, os mais pobres eram os mais afetados, pois não tinham acesso a mecanismos de proteção contra a inflação. Além disso, trabalhadores assalariados viam seu poder de compra evaporar entre um reajuste e outro.
A classe média também sofreu enormemente. Consequentemente, poupanças de uma vida inteira eram destruídas em questão de meses. Similarmente, aposentados e pensionistas viviam em situação desesperadora, pois seus benefícios perdiam valor rapidamente.
O planejamento familiar tornou-se impossível. Portanto, era inviável fazer planos de médio ou longo prazo, pois ninguém conseguia prever quanto custaria qualquer coisa no futuro. Dessa forma, a sociedade brasileira vivia em constante incerteza e ansiedade. Essa instabilidade crônica moldou comportamentos financeiros dessa geração. Como resultado, desenvolveu-se uma cultura baseada na urgência do consumo e na desconfiança em relação ao hábito de poupar ou investir. Muitos brasileiros cresceram ouvindo que “guardar dinheiro é perder dinheiro”, pois na prática era isso que acontecia com a inflação corroendo o poder de compra. Portanto, podemos considerar que a baixa taxa de poupança e o desinteresse histórico da população brasileira por investimentos de longo prazo são, em grande parte, heranças psicológicas desse período traumático da hiperinflação.
Planos Econômicos e o Fracasso no Controle da Inflação
Plano Bresser (1987): A Primeira Grande Tentativa
O Plano Bresser, implementado em junho de 1987, foi uma das primeiras tentativas sérias de combater a hiperinflação. Primeiramente, o plano congelou preços e salários por 90 dias, na esperança de quebrar a inércia inflacionária. Além disso, criou uma nova moeda de conta, a Unidade de Referência de Preços (URP).
Entretanto, como todos os planos baseados em congelamento, o Bresser fracassou rapidamente. Consequentemente, após o período de congelamento, a inflação retornou com força ainda maior. Dessa forma, o plano apenas adiou o problema sem resolver suas causas estruturais.
A experiência do Plano Bresser ensinou uma lição importante: congelamentos artificiais de preços não funcionam em economias com desequilíbrios fundamentais. Portanto, qualquer solução duradoura precisaria atacar as raízes do problema inflacionário.
Plano Verão (1989): Repetindo os Mesmos Erros
O Plano Verão, lançado em janeiro de 1989, seguiu a mesma receita fracassada do Bresser. Primeiramente, congelou preços e salários novamente. Além disso, criou uma nova moeda, o cruzado novo, numa tentativa de “zerar” a inflação.
Mais uma vez, o plano fracassou espetacularmente. Consequentemente, a inflação retornou ainda mais forte após o período de congelamento. Dessa forma, ficou claro que a estratégia de congelamentos não era sustentável.
O fracasso do Plano Verão demonstrou que o problema da inflação brasileira era mais profundo do que simples questões de expectativas. Portanto, seria necessária uma abordagem completamente diferente para resolver a crise.
Planos Collor I e II (1990-1991): O Confisco que Traumatizou uma Geração
Os Planos Collor representaram a tentativa mais radical e traumática de combater a hiperinflação. Primeiramente, o Plano Collor I, implementado em março de 1990, confiscou depósitos bancários e aplicações financeiras acima de 50 mil cruzados novos. Além disso, congelou preços e criou uma nova moeda, o cruzeiro.
O confisco das poupanças foi um choque sem precedentes na história econômica brasileira. Consequentemente, milhões de brasileiros perderam acesso a suas economias por 18 meses. Dessa forma, a confiança no sistema financeiro foi completamente destruída.
O Plano Collor II, lançado em 1991, tentou corrigir os problemas do primeiro, mas também fracassou. Portanto, ao final do governo Collor, a inflação estava novamente descontrolada, e o país vivia uma das piores crises de sua história.
Por Que Todos os Planos Falharam
Todos esses planos fracassaram porque atacavam apenas os sintomas da inflação, não suas causas. Primeiramente, o déficit público descontrolado continuava sendo financiado com emissão de moeda. Além disso, a indexação generalizada da economia perpetuava a inércia inflacionária.
Consequentemente, congelamentos temporários de preços não podiam resolver problemas estruturais tão profundos. Dessa forma, cada fracasso aumentava a desconfiança da população e tornava ainda mais difícil implementar soluções efetivas.
A experiência desses planos ensinou que qualquer solução duradoura precisaria ser gradual, consistente e atacar as causas fundamentais da inflação. Portanto, o caminho para a estabilidade seria longo e exigiria mudanças estruturais profundas.
O Plano Real e a Política Monetária para Controle dos Juros
A Genialidade da Estratégia Gradual
O Plano Real, implementado a partir de 1994, foi revolucionário porque adotou uma estratégia completamente diferente dos planos anteriores. Primeiramente, em vez de congelar preços, criou uma moeda de transição – a Unidade Real de Valor (URV) – que permitiu a desindexação gradual da economia.
A URV funcionava como uma moeda virtual que mantinha seu valor em relação ao dólar. Consequentemente, preços e salários foram gradualmente convertidos para URV, permitindo que a economia se acostumasse com uma referência estável de valor. Dessa forma, quando o real foi lançado em julho de 1994, a transição foi muito mais suave.
Além disso, o Plano Real atacou as causas estruturais da inflação. Portanto, implementou um rigoroso ajuste fiscal, reduziu o déficit público e estabeleceu metas claras de política monetária. Dessa forma, criou as condições necessárias para a estabilidade duradoura.
Os Resultados Espetaculares
Os resultados do Plano Real foram imediatos e espetaculares. Primeiramente, a inflação despencou de 4.922% em junho de 1994 para apenas 22% em 1995. Além disso, nos anos seguintes, a inflação continuou caindo, atingindo níveis civilizados pela primeira vez em décadas.
O impacto social foi transformador. Consequentemente, milhões de brasileiros recuperaram o poder de compra e puderam voltar a fazer planos de longo prazo. Similarmente, o mercado de crédito se desenvolveu, permitindo que famílias financiassem casa própria e bens duráveis.
A economia também se beneficiou enormemente. Portanto, com a estabilidade de preços, empresas puderam voltar a investir em produção em vez de especulação financeira. Dessa forma, o país retomou o crescimento econômico sustentável.
As Bases para o Regime de Metas
O sucesso do Plano Real criou as condições para a implementação do regime de metas de inflação em 1999. Primeiramente, a estabilidade conquistada permitiu que o Banco Central adotasse uma política monetária moderna e eficaz. Além disso, a credibilidade institucional foi gradualmente reconstruída.
Consequentemente, o Brasil pôde adotar as melhores práticas internacionais de política monetária. Dessa forma, o regime de metas de inflação tornou-se o pilar da estabilidade econômica brasileira.
Banco Central e o Regime de Metas de Inflação
A Implementação do Sistema (1999)
Desde 1999, o Brasil adota o regime de Metas de Inflação como principal estratégia de Política Monetária. Portanto, há 26 anos, a Selic é o instrumento central para manter a inflação baixa, estável e previsível. Este regime, implementado após décadas de hiperinflação que devastaram a economia brasileira, tem sido exitoso não apenas no Brasil, mas no amplo conjunto de países que o adotam.
A implementação do regime foi cuidadosamente planejada. Primeiramente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) passou a definir metas anuais de inflação com intervalos de tolerância. Além disso, o Banco Central ganhou autonomia operacional para utilizar a taxa Selic como instrumento principal de política monetária.
A meta atual de inflação é de 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Consequentemente, quando a inflação ameaça sair deste intervalo, o Banco Central tem a obrigação legal e institucional de agir, utilizando a Selic como principal ferramenta. Dessa forma, a elevação dos juros não é uma escolha arbitrária, mas uma resposta técnica e necessária para cumprir o mandato constitucional da autarquia.
A Evolução do Sistema ao Longo dos Anos
O regime de metas evoluiu significativamente desde sua implementação. Primeiramente, entre 1999 e 2018, o CMN definia a meta para dois anos à frente. Posteriormente, entre 2019 e 2023, esse prazo foi estendido para três anos, proporcionando maior previsibilidade.
A partir de 2025, o sistema passou por uma modernização importante. Consequentemente, a meta deixou de ser anual e passou a ser “contínua”, ou seja, a inflação acumulada em 12 meses é comparada mensalmente com a meta. Dessa forma, o sistema se tornou mais flexível e responsivo.
Esta evolução demonstra a maturidade do regime brasileiro. Portanto, o país conseguiu adaptar seu sistema às melhores práticas internacionais, mantendo sempre o foco na estabilidade de preços.
Transparência e Prestação de Contas
Um dos pilares do regime de metas é a transparência. Primeiramente, todas as decisões do Comitê de Política Monetária (COPOM) são amplamente comunicadas ao público. Além disso, o Banco Central publica relatórios trimestrais detalhando suas análises e projeções.
Quando a inflação sai do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o presidente do Banco Central precisa enviar uma carta aberta ao Ministro da Fazenda explicando as causas e as medidas adotadas para atingir a meta. Consequentemente, isso garante accountability e mantém a credibilidade do sistema.
Esta transparência é fundamental para o sucesso do regime. Portanto, quando os agentes econômicos compreendem e confiam na política monetária, as expectativas se ancoram na meta, facilitando o controle da inflação.
Por Que Controlar a Inflação é Fundamental para a Sociedade
Inflação: O Imposto Mais Injusto de Todos
Muitos questionam se vale a pena “quebrar” a economia com juros altos para controlar a inflação. Entretanto, a resposta é categórica: sim, vale a pena. Primeiramente, a inflação descontrolada é um fenômeno economicamente devastador e socialmente injusto, que agrava a concentração de renda e corrói o poder de compra das famílias.
A inflação funciona como um imposto regressivo que afeta desproporcionalmente os mais pobres. Consequentemente, enquanto os ricos podem proteger seu patrimônio através de investimentos indexados ou ativos reais, os pobres veem seu dinheiro perder valor dia após dia. Dessa forma, a inflação alta é uma das principais causas de desigualdade social.
Quando a inflação dispara, os mais pobres são os primeiros e mais severamente afetados. Além disso, a incerteza gerada pela inflação alta desestimula investimentos produtivos, prejudica o planejamento de longo prazo e distorce os preços relativos na economia. Consequentemente, o crescimento econômico sustentável torna-se impossível em um ambiente inflacionário.
As Lições da História Brasileira
A experiência brasileira dos anos 1980 e início dos 1990 comprova de forma inequívoca os malefícios da inflação descontrolada. Primeiramente, décadas de hiperinflação resultaram em estagnação econômica, desemprego elevado e deterioração das condições sociais. Além disso, a pobreza e a desigualdade aumentaram dramaticamente durante esse período.
Durante a hiperinflação, o Brasil perdeu uma geração inteira de oportunidades de desenvolvimento. Consequentemente, enquanto outros países emergentes cresciam e se modernizavam, o Brasil ficou estagnado, lutando apenas para manter a estabilidade básica. Dessa forma, o custo social da inflação foi imensurável.
Portanto, manter a inflação controlada é pré-requisito para qualquer estratégia de desenvolvimento econômico sustentável. Sem estabilidade de preços, é impossível construir um país próspero e justo.
Benefícios da Estabilidade de Preços
A estabilidade de preços traz benefícios imensos para toda a sociedade. Primeiramente, permite que famílias façam planejamento de longo prazo, como financiar a casa própria ou investir na educação dos filhos. Além disso, empresas podem focar em produtividade e inovação em vez de especulação financeira.
O mercado de crédito também se desenvolve em ambiente de baixa inflação. Consequentemente, bancos podem oferecer financiamentos de longo prazo com taxas previsíveis, democratizando o acesso a bens duráveis. Dessa forma, a economia se torna mais eficiente e inclusiva.
A estabilidade também atrai investimentos estrangeiros e facilita o comércio internacional. Portanto, países com inflação controlada tendem a crescer mais rapidamente e de forma mais sustentável.
Por que o Banco Central Sobe os Juros?
A Selic como “Taxa-Mãe” da Economia
O Banco Central utiliza a Selic porque ela funciona como uma “taxa-mãe” que influencia todas as demais taxas de juros da economia. Primeiramente, quando a Selic sobe, o custo do crédito aumenta automaticamente, afetando desde financiamentos imobiliários até cartões de crédito. Além disso, juros altos tornam a poupança e outros investimentos conservadores mais atrativos, retirando dinheiro de circulação.
Este mecanismo funciona através de vários canais simultâneos. Consequentemente, o canal do crédito reduz o consumo e os investimentos quando os juros sobem. Similarmente, o canal da riqueza afeta o valor dos ativos financeiros, influenciando o comportamento dos investidores.
O canal cambial também é importante. Portanto, juros altos tendem a fortalecer a moeda nacional, barateando importações e ajudando a controlar a inflação de produtos importados. Dessa forma, a política monetária atua através de múltiplos mecanismos simultâneos.
O Processo de “Enxugamento de Liquidez”
Quando o Banco Central eleva a Selic, inicia-se um processo conhecido como “enxugamento de liquidez”. Primeiramente, bancos preferem aplicar recursos no Banco Central a taxas mais altas, reduzindo a oferta de crédito na economia. Além disso, empresas e consumidores reduzem empréstimos devido ao custo mais elevado.
Este processo reduz a demanda agregada na economia, aliviando pressões inflacionárias. Embora seja doloroso no curto prazo, é o mecanismo mais eficaz disponível para controlar a inflação sem recorrer a controles de preços ou outras medidas heterodoxas que historicamente falharam no Brasil.
O enxugamento de liquidez também afeta as expectativas dos agentes econômicos. Consequentemente, quando o mercado percebe que o Banco Central está comprometido com o controle da inflação, as próprias expectativas ajudam a conter pressões de preços.
Defasagens e Timing da Política Monetária
Um aspecto crucial da política monetária são as defasagens entre as decisões e seus efeitos. Primeiramente, mudanças na Selic levam entre 6 a 18 meses para impactar plenamente a inflação. Além disso, diferentes setores da economia respondem em velocidades distintas às mudanças de juros.
Esta defasagem exige que o Banco Central seja prospectivo em suas decisões. Consequentemente, as decisões de hoje são baseadas em projeções de inflação futura, não apenas na inflação atual. Dessa forma, a política monetária deve antecipar problemas antes que eles se materializem.
O timing correto é fundamental para a eficácia da política. Portanto, agir muito tarde pode exigir ajustes mais severos posteriormente, enquanto agir muito cedo pode causar recessão desnecessária.
Padrão Internaciona de Melhores Práticas
O regime de metas de inflação, baseado na manipulação da taxa de juros, é reconhecido internacionalmente como a melhor prática em política monetária. Além disso, países desenvolvidos como Estados Unidos, Reino Unido e zona do Euro utilizam exatamente o mesmo mecanismo, ajustando suas taxas básicas de juros para controlar a inflação.
Esta convergência internacional não é coincidência. Consequentemente, décadas de pesquisa econômica e experiência prática demonstraram que a política monetária baseada em metas de inflação é superior a qualquer alternativa conhecida. Dessa forma, o Brasil está alinhado com as melhores práticas mundiais.
Países que tentaram alternativas heterodoxas, como Venezuela e Argentina, enfrentaram crises inflacionárias devastadoras. Portanto, a experiência internacional confirma que não existem atalhos ou soluções mágicas para o controle da inflação.
Juros Altos: Um Remédio Amargo e Temporário
Embora seja custoso para empresas e consumidores no curto prazo, a manutenção da Selic em patamares elevados é a única alternativa responsável disponível para preservar a estabilidade econômica de longo prazo. Consequentemente, investidores e cidadãos devem compreender que esta política, embora dolorosa, é necessária e temporária.
A política monetária restritiva é como um remédio amargo: desagradável no momento, mas essencial para a cura. Portanto, tentar evitar esse “remédio” através de políticas populistas apenas adia e agrava os problemas, como demonstrou nossa própria história.
O importante é compreender que a dor de curto prazo da política restritiva é infinitamente menor que o sofrimento de longo prazo causado pela inflação descontrolada. Dessa forma, a sociedade deve apoiar as decisões técnicas do Banco Central, mesmo quando elas são impopulares.
A Filosofia “Enricando com Propósito” Aplicada à Política Monetária
Reprogramando a Mentalidade sobre Inflação e Juros
Na filosofia “Enricando com Propósito”, sempre enfatizamos que o dinheiro é apenas uma ideia – e essa perspectiva é fundamental para compreender a política monetária. Primeiramente, quando entendemos que o valor do dinheiro é uma construção social baseada na confiança, percebemos por que a estabilidade de preços é tão importante.
A inflação corrói essa confiança, transformando o dinheiro em uma ideia instável e prejudicial. Consequentemente, uma sociedade com inflação alta vive em constante incerteza, impedindo o planejamento e o crescimento sustentável. Dessa forma, controlar a inflação é, na verdade, preservar a própria ideia de dinheiro como instrumento de progresso.
Juros altos, embora dolorosos, são o preço que pagamos para manter essa estabilidade. Portanto, em vez de ver a Selic elevada como um obstáculo, devemos compreendê-la como um investimento na estabilidade futura. Afinal, como sempre dizemos, grandes fortunas são construídas por quem pensa no longo prazo.
Transformando Conhecimento em Oportunidade
Compreender os mecanismos da política monetária é uma vantagem competitiva enorme para qualquer investidor. Primeiramente, quando sabemos como e por que o Banco Central toma suas decisões, podemos antecipar movimentos de mercado e posicionar nossos investimentos adequadamente.
Além disso, entender a importância do controle inflacionário nos ajuda a valorizar a estabilidade econômica que conquistamos. Consequentemente, podemos tomar decisões financeiras mais inteligentes, aproveitando períodos de juros altos para construir reservas sólidas e preparar-nos para ciclos futuros.
O conhecimento sobre política monetária também nos protege contra promessas populistas e soluções mágicas. Portanto, quando políticos prometem crescimento sem inflação ou desenvolvimento sem sacrifícios, sabemos que estão vendendo ilusões perigosas.
Educação Financeira e a Lição da Inflação
A experiência brasileira com hiperinflação demonstra a importância crucial da educação financeira em nível nacional. Primeiramente, uma população que compreende os mecanismos econômicos básicos é menos suscetível a políticas populistas que prometem benefícios impossíveis.
Além disso, cidadãos educados financeiramente apoiam políticas responsáveis mesmo quando elas são temporariamente dolorosas. Consequentemente, isso fortalece as instituições e facilita a manutenção da estabilidade econômica.
A educação financeira também empodera as pessoas a se protegerem melhor contra os efeitos da inflação. Portanto, quando compreendemos como funcionam os investimentos e a economia, podemos tomar decisões mais inteligentes para preservar e fazer crescer nosso patrimônio.
Lições para Investidores e Cidadãos
Como se Posicionar em Diferentes Cenários Inflacionários
Compreender a dinâmica da inflação e política monetária é fundamental para tomar decisões de investimento inteligentes. Primeiramente, em períodos de juros altos como o atual, investimentos em renda fixa tornam-se extremamente atrativos, oferecendo retornos reais significativos com baixo risco.
Entretanto, é importante manter uma perspectiva de longo prazo. Consequentemente, quando a inflação estiver controlada e os juros começarem a cair, outros ativos como ações e fundos imobiliários podem se tornar mais interessantes. Dessa forma, o conhecimento sobre ciclos econômicos permite rebalancear a carteira no momento certo.
A diversificação também é crucial. Portanto, mesmo em ambiente de juros altos, manter alguma exposição a ativos reais pode proteger contra surpresas inflacionárias. Afinal, como sempre enfatizamos, não devemos colocar todos os ovos na mesma cesta.
A Importância da Paciência e Disciplina
A política monetária ensina lições valiosas sobre paciência e disciplina. Primeiramente, assim como o Banco Central precisa manter a Selic alta por períodos prolongados para garantir a estabilidade, investidores precisam ter paciência para colher os frutos de suas estratégias.
Além disso, a experiência brasileira com hiperinflação mostra que soluções rápidas e populistas geralmente fracassam. Consequentemente, tanto na economia quanto nas finanças pessoais, o sucesso vem através de estratégias consistentes e disciplinadas, não de atalhos milagrosos.
A disciplina também se aplica ao controle de gastos e à construção de reservas. Portanto, assim como o governo precisa manter disciplina fiscal para controlar a inflação, famílias precisam manter disciplina financeira para construir patrimônio sólido.
Preparando-se para o Futuro
O conhecimento sobre política monetária nos prepara melhor para navegar por diferentes cenários econômicos futuros. Primeiramente, sabemos que ciclos econômicos são inevitáveis, e podemos nos preparar adequadamente para cada fase.
Além disso, compreendemos que a estabilidade econômica não é garantida e deve ser constantemente preservada através de políticas responsáveis. Consequentemente, podemos avaliar melhor propostas políticas e apoiar candidatos que demonstrem compromisso com a responsabilidade fiscal e monetária.
O mais importante é manter sempre uma mentalidade de aprendizado contínuo. Portanto, a economia evolui constantemente, e devemos continuar estudando e nos adaptando para tomar as melhores decisões possíveis.
Conclusão: A Vitória da Responsabilidade sobre o Populismo
A história da inflação e política monetária no Brasil é uma das mais dramáticas transformações econômicas do século XX. Primeiramente, saímos de décadas de hiperinflação devastadora para construir um dos regimes de metas de inflação mais respeitados do mundo. Além disso, essa transformação demonstra que é possível superar problemas aparentemente insolúveis através de políticas responsáveis e persistentes.
A experiência brasileira ensina que não existem soluções mágicas ou atalhos para a estabilidade econômica. Consequentemente, o sucesso vem através de instituições sólidas, políticas consistentes e, principalmente, do apoio da sociedade a medidas responsáveis mesmo quando elas são temporariamente dolorosas.
Como sempre defendemos na filosofia “Enricando com Propósito”, o conhecimento é o verdadeiro ativo. Portanto, compreender como funciona a política monetária nos torna cidadãos mais conscientes e investidores mais preparados. Dessa forma, podemos contribuir para manter a estabilidade conquistada e construir um futuro ainda mais próspero.
A batalha contra a inflação nunca termina completamente, mas o Brasil provou que é possível vencê-la. Consequentemente, cabe a cada um de nós valorizar essa conquista e apoiar as políticas necessárias para preservá-la. Afinal, a estabilidade de preços é um bem público que beneficia toda a sociedade, especialmente os mais vulneráveis.
Lembre-se: a inflação controlada não é apenas uma questão técnica de política econômica – é a base sobre a qual construímos nossos sonhos, planejamos nosso futuro e enricamos com propósito.
Nos vemos no topo… com os pés no propósito e o coração na missão!